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Arroz  pelo mundo em...   Lendas   Crenças e Tradições .
Em muitas culturas do continente, é comum que uma mãe dê ao recém-nascido alguns grãos de arroz já mastigados, num ritual que significa sua chegada à vida.
Na Índia, o arroz é o primeiro alimento que a noiva oferece ao marido.
 
Os povos orientais, para quem o arroz era o símbolo da abundância, atribuíam-lhe uma alma e prestavam-lhe cerimônia e honras, numa tradição até hoje mantida em algumas regiões.
Os chineses contam que durante uma grande fome, os habitantes da região de Sichuam enviaram pássaros aos deuses pedindo um alimento para aliviar a sua fome, e como resposta os pássaros trouxeram grãos de arroz.
Os Hani do sul do Japão evitam fazer barulho quando estão nos campos, pois crêem que os espíritos dos arrozais se assustam facilmente e, ao fugirem, podem provocar a infertilidade da terra.
Os japoneses, inclusive hoje, referem-se a este cereal como a sua “mãe” e consideram os agricultores arrozeiros como guardiães da sua cultura e do campo.

No Vietnã, o cereal está tão integrado à alma dos camponeses que muitos fazem questão de ser sepultados nos arrozais. Durante os enterros há farta distribuição de arroz,  muitas festas, cantos e danças.
Outra origem do arroz: vem no latim aroztion que significa fartura e um bom casamento, e vem dos Maias com o proposito inicial de artesanato, mas como não era um produto totalmente artesanal, foi usado como alimento . Seu inicio está junto com o calendario Maia e acaba em 2012 .
  
         
Terraços de arroz de Banaue, nas Filipinas.
Parecendo imensos degraus das montanhas, estes terraços em que se planta arroz segundo técnicas de mais de 2 mil anos, em Banaue, nas Filipinas, são o resultado de uma tecnologia de irrigação muito antiga, que parece dar muito certo, pois é utilizada até hoje.
 
      Os arrozais das Filipinas são tão impressionantes,      que a Unesco os tombou como Patrimônio da Humanidade.
Os árabes atribuem a origem do arroz a uma gota do suor de Maomé caída do paraíso e as lendas africanas narram como o arroz foi fecundado a partir do sangue do primeiro homem.


O arroz é o personagem principal de uma das mais importantes festas da Malásia. Ela homenageia o deus criador (Konoingan), que sacrificou sua única filha para que ela se convertesse num alimento, obviamente, o arroz.
 Certa vez, na antiga China, um mandarim poderoso quis dar prova de vida farta. Então fez com que o casamento de sua filha se realizasse sob uma "chuva" de arroz, iniciando a tradição que continua até hoje em todo o mundo.


Apesar das divergências culturais e religiosas, se em alguma coisa coicidem as diferentes civilizações é em que o arroz é um alimento oferecido pelos deuses, devendo, por isso, venerar-se como tal.
Os chineses ofereciam arroz ao mortos. Um antigo rito chinês consistia em colocar uma tigela de arroz cozido, com um par de pauzinhos (fachis) espetados na posição vertical aos pés do morto, para que ele possa se alimentar em sua viagem para o além.

Em chinês clássico, "arroz" e "agricultura" definem-se com a mesma palavra. As palavras "arroz" e "comida" são, por vezes, equivalentes. Em lugar de dizer: “Como está?” para cumprimentar, os chineses perguntam: “Já comeu arroz hoje?”. E outra expressão chinesa diz “parte-se o prato de arroz”, quando alguém é despedido ou rejeita um trabalho.
Na China convivem várias lendas, já que este é o país com as maiores culturas de arroz
Uma delas conta que uma deusa percorreu todos os pontos cardeais assediada pela fome até que, num lugar, encontrou uma erva e despiu-se à  sua frente. A espiga deixou cair umas gotas de leite e a deusa entregou umas gotinhas de sangue. Daqui nasceu o arroz: branco por dentro e vermelho por fora.

Outra lenda chinesa conta que, numa época remota, a Deusa do Arroz e Buda entraram em competição para demonstrar o seu poder. Numa festa celebrada por Buda, a Deusa do Arroz desapareceu repentinamente e os convidados, muito pesarosos, não quiseram continuar a festa. Consciente disso, Buda decidiu, então, ir procurá-la e convencê-la a regressar. Esta lenda serve para justificar como as mais antigas crenças chinesas (a Deusa do Arroz) partilham o protagonismo com a religião budista, introduzida a partir da Índia.

Na Índia contam que a deusa Banbarazon, certo dia, tomou consciência da fome que o seu povo estava a passar e, para o ajudar, desceu secretamente aos campos de espigas durante a noite. Quando chegou, apertou os seus seios até que deles brotasse leite, mas a última gota foi de sangue. A partir desse dia, as espigas produziram uns grãos vermelhos inúteis e o arroz branco que serviu para alimentar toda a sua gente.

Outra lenda indiana fala do deus Siva ter criado uma bela mulher, por quem se apaixonou. Para se casar, ela pôs como condição receber um alimento que nunca chegaria a aborrecê-la. Siva não conseguiu encontrá-lo, e a donzela morreu de tristeza. Quarenta dias depois, da sua tumba brotou uma planta desconhecida, que Siva reconheceu como o alimento que a sua amada desejava. Recolheu os seus grãos e distribuiu-os por todo o seu reino.
O saquê é uma bebida milenar, de origem oriental, muito apreciada no Japão, obtida através da fermentação do arroz, com uma alta porcentagem  alcoólica, 20% (muito superior ao vinho, que tem em média 12%). Descoberto ao acaso, conta a lenda que certa vez um homem esqueceu o recipiente onde havia cozido o arroz destampado, depois de alguns dias o arroz havia mofado e o homem percebeu que isso promovera uma alteração (fermentação) que resultou num produto muito saboroso.
Até o século 5 a.C., o produto era feito da seguinte maneira: mascava-se o arroz para fermentá-lo com a saliva e depois cuspia-se em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de “Kuchikami no sake”, ou saquê mastigado na boca.
Depois, segundo os mitos daquele povo, o arroz só podia ser mastigo pelas virgens, únicas capazes de "purificar" o mingau, pois eram representantes dos deuses na terra.
Depois de algum o tempo o processo se modernizou, o arroz era lavado e colocado em recipientes enormes para cozinhar. Depois, a
pasta obtida era processada até chegar ao produto final.
Hoje o saquê é produzido em escala industrial, sendo a produção artesanal proibida naquele país.
No Japão, beber saquê é um ritual, segundo a tradição, bebe-se o produto para eliminar as preocupações e prolongar a vida.
Tradicionalmente o saquê é servido frio ou morno em "xícaras" quadradas feitas de madeira, chamadas "massu".